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Publicado em 25 de setembro de 2025
Contábeis

O avanço da Reforma Tributária e os ajustes previstos nas leis fiscais têm movimentado o debate empresarial e contábil em todo o país. No interior paulista, especialmente em polos como São José do Rio Preto, empresários e contadores demonstram expectativa em relação às mudanças que prometem simplificar o sistema, mas também exigem adaptação intensa no curto e médio prazo.

 

O que muda na prática

A proposta prevê a substituição de uma série de tributos hoje aplicados sobre consumo por novos impostos de caráter mais simplificado. PIS e Cofins darão lugar à Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), enquanto ICMS e ISS serão substituídos pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). Também está prevista a criação de um Imposto Seletivo, destinado a produtos considerados prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Entre os pilares do novo modelo está a não cumulatividade plena, permitindo que créditos sejam aproveitados de forma mais abrangente. Além disso, a cobrança passará a ocorrer no destino da mercadoria ou do serviço, e não mais na origem, o que muda a dinâmica de apuração e de logística fiscal.

 

Impactos esperados para empresas

 

No ambiente corporativo, a principal preocupação é o fluxo de caixa. Como o recolhimento poderá ser exigido em prazos diferentes dos recebimentos, cresce a necessidade de capital de giro. Além disso, empresas terão de rever seus modelos de precificação para ajustar margens de acordo com o novo sistema de créditos tributários.

Outro ponto em discussão é a tecnologia. Softwares de gestão fiscal e ERPs precisarão ser atualizados para atender às exigências de cálculo, emissão de documentos e integração de créditos. Esse movimento representa custos adicionais, principalmente para pequenas e médias empresas.

 

Escritórios contábeis na linha de frente

Para os escritórios de contabilidade, o desafio é duplo. Além de se adaptarem às novas normas, precisam orientar clientes em meio a um cenário de transição que pode se estender até 2033. O contador deixa de ser apenas o responsável pela escrituração e passa a ser um consultor estratégico para o empresário.

Na prática, os profissionais terão de atuar em três frentes:

 

Desafios no interior

Em cidades do interior, como Rio Preto, os impactos podem ser ainda mais sensíveis. Muitas empresas têm estruturas enxutas e pouca margem para investimentos em tecnologia ou consultoria. Ao mesmo tempo, aquelas que se anteciparem podem conquistar vantagem competitiva.

Quem se preparar primeiro terá condições de ofertar preços mais adequados, com melhor aproveitamento de créditos. Já os que demorarem podem enfrentar custos elevados e até riscos de passivo tributário.

 

Oportunidades no horizonte

Apesar dos desafios, há também oportunidades. O sistema tende a ser mais transparente e, no longo prazo, menos oneroso em termos de burocracia. Para escritórios contábeis, abre-se espaço para novos serviços de alto valor agregado, como planejamento tributário, reestruturação de contratos e assessoria em compliance.

 

A Reforma Tributária sinaliza um marco de transformação. Ainda que o período de transição seja desafiador, empresas e escritórios contábeis que enxergarem a mudança como oportunidade podem sair fortalecidos. Mais do que nunca, informação, planejamento e preparo serão diferenciais decisivos.

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